sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Medo.


É impossível expressar em palavras o medo que toma conta de mim. Custumo pensar que essa merda vai ter um limite. Tento, dia após dias, pensar que não vai acontecer mais nada. Desde que nasci, já foi muito mais do que o limite e estou tão exausta...Então tento acreditar que, certo, vou continuar sofrendo para sempre, mas com coisas suportáveis. E quando digo suportáveis quero dizer coisas que, bem ou mal, tenham solução. E não consigo nem pensar. Se algo acontecer com ela não suportarei. E aí entra o meu maior dilema. =/ Estou tão desesperada que não irei escrever nenhuma palavra explicando. Não sou capaz. Volto à noite com notícias.

P.S: realmente, nessas horas deve ajudar muito acreditar em alguma coisa.
P.P.S: Baby como "A Drag a Gozar."

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Você não se importa se eu meter o meu pau em você, não é? Oh, por favor, mais fundo! Você é uma garotinha má. Garotinha precoce. Garotinha. Você só faz as pessoas sofrerem. Oh, meu deus, que gostoso! Se quiser destruir a sua vida, destrua apenas a sua.
Sangue, tanto sangue. Um pouquinho mais. Assim, desse jeito. Huum. Apenas uma carreira, não tem problema. Por favor, não!
Nada. Você nunca será nada. Bom dia, que bom que você acordou. Porra! Aqui somos todos iguais. Malditas aberrações. Isso, se esforce um pouco mais. Sempre mais. Eles não podem ajudá-la. Mas tudo vai passar. Haha, tudo sempre passa. Não é?
Vendida. Suja. Usada. Não me deixa aqui, porra! Só mais uma dose. Uma dose, desmaiada. Desmaiada, desconhecido. Alheia. É a minha vez. Por favor, fique de quatro. Pode ficar com o troco. Você sempre será sozinha. Sozinha, de mão em mão. Você não sou eu, não farei isso. Estou mandando. Ah, ah, aaaaah! Saída de emergência. Só mais uma pípula. Só um pouco mais. Nunca o bastante.
Você é forte. Forte. Se eu sou forte, você pode ser fraco. Desculpa perfeita. Compulsão, amordaçada. Não se preocupe, não vou chorar. Guardarei em meu âmago toda a sua podridão. Ninguém vai descobrir. Eu encubro todas as falhas. Posso experimentar essa saia? Chame-me de papai. Papai. Vinte olhares para mim. Gostosa!
Não me deixe. Cordão umbilical. Confiança partida. Caco de vidro. Não se pode confiar em ninguém. Mate-os, mate-os. Vamos sugar a vida que sugaram de você. Dor, complacência. Papai! Ora vamos, você dá conta. Cuida dela, sim? Não, por favor, não vá embora. Quer um? Não vai fazer mal. Garotas...
Sou perfeita, não sou? Olhe, mas não toque. Deus, não agüento! Só mais um remédio. Único gole. Autocontrole. Quer se juntar a mim? Eu prometo, juro. Para sempre. Acredito em você. Estúpida! Vou esperá-la. Conte comigo. Morta, estou morta.
Não posso mais cuidar dela. Cuide-se sozinha. Psicopata. Cega. Sou doente, não sou? Vamos resolver tudo. Sim, sim, sim. Nos vendemos e matamos todos. Com dor, muita dor. Quero ver a dor. Ver!
Bobagem de adolescente. Criança precoce. Precoce significa sozinha?
Cruel, malévola. Sim, eu sei. Oh, por favor, há sangue demais.
Doida. Harãm. O gosto de pele, o gosto da dor. Prazer. Levem-me daqui. Assim, mais para cima. Me fode. Não acredito. Criança má. Nos fundimos. Você se foi. Está na hora. Tudo vai passar.




- Que merda. QUE MERDA! Estou tão cansada disso! Fora tudo, tenho que viver preocupada com ela, depois das brigas. Escrota. Já pedi mil vezes para não desligar os celulares e já avisei o que aconteceria se ela o fizesse. É óbvio que não tem o mínimo de consideração. Se ela visse o meu desespero e dor...Mas dizer como me sinto é o mesmo que nada. Aliás, vem sendo assim o tempo todo. Eu devia saber que um amor assim é bom mais para ser verdade. Não vamos conseguir, não vou conseguir. E não vou ter mais nenhum sentido para viver.

- Três kilos em três dias. A balança diminui e aumenta o tempo todo. Meu estômago dói e reclama o tempo todo e só penso em comida...Mas serei forte. Quando eu pesar o bastante(não tenho nem coragem de escrever o tantão que falta), vou fazer exercícios e conseguir manter, mesmo comendo coisas gostosas às vezes. PRECISO acreditar nisso. Não quero viver e um dos motivos para continuar é comida, rs. ADORO comer! Mas assim não dá. E é uma ótima auto-punição. Gosto da sensação de fraqueza. Pena que, dessa vez, não tem ninguém para me segurar se eu cair...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


Menina má. Muito, muito má. E meninas más devem pagar. Meninas más devem ser castigadas. Devem pagar com sangue, dor, sacrifício.
Sou uma menina má. Má, má, má. Devo dar tudo de mim; obediência e sacrifício.
Mais do que carnal, devo dar minha paz e clareza. E toda, toda a sanidade que ainda restar.
Um por um, vão me tirar tudo que é importante. Um por um, devo queimar até estar completamente vazia.
E mesmo vazia, a ordem é sobrevivência. Mesmo sem sangue, mesmo sem ossos, devo prosseguir. Um rosto vazio, um corpo vazio. Mente vazia e, Oh, meu Deus! estão arrancando meu coração.
O que fazemos é trazer sofrimento e o que devemos fazer é sofrer ainda mais. Tudo que vai, volta. Tudo que sobe, desce.
Matar, matar, morrer. Morrer é a tarefa diária. Matar, um passatempo.
Com olhos furados, não há nada para ver. Enterrada, não há nada a dizer. Presa, o que se pode fazer?
Obsessão, compulsão. Maníaca, escrava. Escrava particular. Escrava que não sente, não vê, não fala, não toca. Robótica boneca de pano. De pano, em pedaços.
Partida, cortada; moída. Estilhaços.
E quem compreende alguém sem alma?
Quem poderia compreender uma menina má?
Uma menina má. Ordem final: morrer, matar.



- Desespero. Não sei mais até quando irei agüentar. Tenho certeza que as coisas jamais vão melhorar. Cada vez pioram mais...

- Um amigo. Como eu queria um amigo. As coisas melhorariam bastante. Quando eu e a L brigamos( ou seja, o tempo todo) sinto uma angústia e desespero tão gigantes que sempre parece que vou explodir. E nunca explodo; tortura maléfica. Não posso morrer, mas devo agüentar, agüentar e agüentar. Se existe ´"algo superior", este algo deve adorar ficar medindo forças comigo. Sadismo. É como eu sempre digo: "pode-se vencer algumas batalhas, mas não a guerra."

- Sem falar que, no desespero e completo tédio, a Compulsão vem para foder ainda mais. Quando achamos que as coisas não podem piorar...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Incertezas.


Paulie: ânsia, que ânsia sufocante que se apodera de mim! Sentir-te, até perder-me em mim; cheirar-te, até que nenhuma outra fragrância se oponha a sua; comer-te, até confundir nossas entranhas; beijar-te, até que roubes o rubor da minha face ensandecida...
Marie: e, depois que o mundo já não for mundo e minha alma já não for minha, estarei perdida entre brancas nuvens serenas ou o queimar lancinante que faz-nos renascer – punição eterna – ou, quem sabe, espectador da própia tragédia. Que dirá então, meio termo? Celas cinza, lisas, enfadonhas, apáticas; onde fica-se surdo dos pensamentos e cego dos sentidos...Quem há de suportar...?
Sophie: ergo-me; caio; ergo-me novamente – presa estou – enclausurada, acorrentada; ferida. Andei pelos três estágios da Morte, passei por cobras com olhos de rubi e águias de ouro. Fiz o que foi-me ordenado e continuo sem a resposta – valerá a pena?
Paulie: o que prende-me aqui? Que vínculos ainda há? E, por quem meu coração ainda clama? Desejo, anseio, grito até perder a voz; nada de decidir-me. O erro, cruel possibilidade, amarra-me, mais e mais. Ai de mim!
Marie: como pode dor tão cruel apoderar-se de mim? Deitar-me-ei.
Sophie: viajei e vi diversos caminhos, interligados e infinitos...Conheci a dor, conversei com a solidão, beijei a angústia; pelo outro lado, abracei o alívio e despedi-me da culpa. Voei por altas montanhas e, vendo a vida por cima, blasfemei Deus. Mergulhei em um rio transparente que, sem nada pedir em troca, curou-me os flagelos; a bondade não se extinguiu por completo. No balanço final, quando o vento perguntou-me se nada havia a perder, emudeci; perdi a voz.
Marie: levante-se, levante-se, ainda há esperanças!
Paulie: deixe-me, vá embora! Perdi-me nas minhas nuances, apaguei-me no meu próprio sangue e, no bombear do meu coração, insensível sou a qualquer minúscula gota de vida. Apunhalar-me-ia, caso houvesse certezas...
Sophie: perdi, por fim, a imaginação e o vazio e a apatia apoderam-se de mim. Nada mais vejo nos meus delírios e, com o último gole, entregar-me-ei ao mistério!
Marie: sim, apenas um gole! Veneno este tão doce que, finalmente, trará a paz.
Paulie: Liberto-me! Voarei pelo infinito; livre! Destruindo a mim, destruirei também os incontáveis demônios que fazem-me definhar e, por mim, estarei só!